Triumph Thruxton
Por ser um modelo muito desconhecido e de uma marca que, apesar da sua enorme tradição mundial, ainda é não é muito conhecida no Brasil, a sensação que a Triumph Thruxton provoca em praticamente todos que a veem é principalmente de curiosidade e surpresa.
Perdi a conta de quantas vezes me pararam durante os testes para perguntar coisas como “qual o ano”, “onde foi restaurada”, “que estilo de moto é esse”, entre muitos outros questionamentos que eram substituídos pela cara de surpresa quando ouviam a resposta.
Então vamos agora às respostas. A Thruxton é um belíssimo projeto clássico da marca inglesa Triumph, lançado no Brasil em 2014, que tem em sua concepção o estilo Café Racer, um estilo de motos, e de vida, criado na Inglaterra por volta de 1960, onde os motociclistas locais customizavam suas máquinas para otimizar a performance e o visual, e se encontravam nos cafés britânicos para corridas de rua ou simplesmente para se reunir e ouvir um bom Rock.
A Thruxton é uma Café Racer baseada na sua irmã clássica, a Bonneville, compartilhando a estrutura e a maioria dos componentes, em especial o ótimo motor de bicilíndrico de 865 cc, gerando 69 cv de potência a 7400 RPM e 7,04 kgf-m a 5800 RPM, trabalhando com câmbio muito preciso e suave de 5 marchas, proporcionando entrega potência de forma firme e progressiva, dando bastante precisão nas acelerações e retomadas.
A vibração do motor é muito baixa e suave, mesmo em alta rotação e o seu aquecimento não chega a incomodar o piloto, com risco apenas de se queimar em paradas de sinal, caso encoste no cano, que é descoberto, ou no próprio motor. Durante os testes o consumo foi bom, com média de 14,5 km/l, que associado ao tanque com capacidade de 16 l proporciona boa autonomia.
Apesar de muitos jurarem que ela é carburada, assim como a Bonneville, vem equipada com sistema de injeção eletrônica, mas a Triumph optou por deixar um carburador “falso” esteticamente, com objetivo de compor o visual em estilo antigo nessa bela moto.
Um ponto que chama atenção na Thruxton é o fato de aparentemente ser em monoposto, sem o banco de garupa, mas trata-se apenas de uma cobertura que pode ser retirada facilmente, e tanto piloto quanto garupa contam com uma moto bastante confortável e de ótima ergonomia. Por ser uma Café Racer, a posição de pilotagem é esportiva, com pedais recuados e guidão avançado, projetando o corpo do motociclista para frente, mas se mantendo muito confortável.
O painel de instrumentos é idêntico ao da Bonneville, segue o estilo “retrô”, é simples, com velocímetro e conta-giros analógicos, contando apenas um display digital que alterna hodômetro total e parcial, e relógio, mas com a marcação de velocidade apenas em km/h, diferente do que havia apontado como falha na irmã clássica.
Envolvendo o farol o modelo traz uma pequena bolha, que apesar de parecer puramente estética, atua bem em sua função aerodinâmica, desviando um pouco do vento que chegaria no piloto em velocidades mais altas.
No dia a dia o motociclista pode encontrar um pouco de dificuldade com a Thruxton no uso urbano, por ela ter seu centro de gravidade alto, que com seus 230 kg a torna relativamente pesada. Além disso o guidão esterça pouco, complicando em manobras de baixa velocidade e de estacionamento e a embreagem é um pouco pesada, que torna a pilotagem cansativa na cidade. Mas já na estrada consegue exibir muito bem tudo o que tem para oferecer, com excelente ciclística, permitindo muita precisão em curvas e bom ângulo de inclinação, o que a torna uma delícia de máquina para viajar.
Uma sutileza que me chamou muito a atenção na Café Racer da Triumph é o par de retrovisores, que além de um visual bem diferenciado ainda tem amplo ajuste, que possibilita regulagem perfeita para qualquer piloto, independente da sua altura.
Os sistemas de freio e suspensão cumprem muito bem seus papéis. A suspensão se comporta com tranquilidade, mantendo pleno conforto aos ocupantes, mesmo em pisos irregulares, e os freios Nissin atuam muito bem, com precisão, mas requerem atenção em frenagens bruscas, pelo peso da moto, que merecia vir sistema de freios ABS.
Quem quiser essa belezinha em suas mãos vai desembolsar R$ 31.900,00 e poderá escolher entre as cores verde e preta, ambas com detalhes em dourado na pintura.
A Triumph Thruxton é sem dúvida uma moto e tanto especialmente para os amantes do estilo clássico, em especial das legendárias Café Racers, mas com a vantagem de já vir pronta de fábrica e com tecnologia atual e de primeira linha. Uma excelente parceira para belas viagens.
Ficha técnica:
Motor e transmissão
tipo: Refrigerado a ar, DOHC, duplo paralelo, 360° de intervalo de ignição.
cilindrada: 865cc
diâmetro: 90mm
curso: 68mm
alimentação: Injeção eletrônica multiponto sequencial
exaustão: Portas em aço inoxidável, silenciadores duplos cromados.
transmissão final: Corrente
embreagem: Discos múltiplos, a banho de óleo.
caixa de câmbio: 5 marchas
capacidade de óleo: 4.5L
Sistema de transmissão e painéis do chassi
quadro: Subestrutura de aço tubular
braço oscilante: Bilateral, aço tubular.
Roda dianteira: Aro de alumínio, 36 raios, 18 x 2,5 polegadas.
Roda traseira: Aro de alumínio, 40 raios, 17 x 3,5 polegadas.
Pneu dianteiro: 100/90-18
Pneu traseiro: 130/80 R17
Suspensão dianteira: Garfos Kayaba de 41 mm, com regulagem de carga e 120 mm de curso.
Suspensão traseira: Amortecedores duplos com molas cromadas com pré-carga ajustável, 106 mm de curso da roda traseira.
freio dianteiro: Disco único de 320 mm, pinça flutuante Nissin de dois pistões.
freio traseiro: Disco único de 255 mm, pinça flutuante Nissin de dois pistões.
painel de instrumentos e funções: Velocímetro e tacômetro analógicos com odômetro, informações de percurso e relógio.
Dimensões e capacidades
comprimento: 2150mm
largura: 830
altura sem espelho: 1095mm
altura do Assento: 820mm
distância entre eixos: 1490mm
inclinação: 27º
trail: 97mm
capacidade do tanque: 16l
peso líquido: 230 kg
peso seco: 214 kg
Performance
potência Máx.: 69CV @ 7400 RPM
torque Máx.: 69NM @ 5800 RPM
Assista à matéria de avaliação no programa Duas Rodas News: