Harley-Davidson Softail Breakout

Sem sombra de dúvidas a primeira coisa que mais impressiona na Harley-Davidson Softail Breakout é o seu visual. Um projeto com entre-eixos e parte frontal bem alongados, rodas grandes e incrivelmente lindas, silhueta muito bem desenhada, resultando em uma legítima obra de arte em duas rodas.

O modelo testado veio de fábrica com o aclamado kit Screamin’ Eagle, que tem função de aprimoramento em performance, mas obviamente também entra como melhoria estética, com destaque para o filtro de ar esportivo exposto na lateral direita do motor, dando uma nuance de esportividade à bela máquina.

Outro aspecto que gostei demais na moto foi a posição de pilotagem, por ser ótima e muito confortável para motociclistas altos. Me senti privilegiado, pois vesti a moto maravilhosamente, mas quem tiver menos de 1,80 tende a ficar desconfortável, com braços muito esticados.

A Breakout trabalha com motor bicilíndrico Twin Cam 103B de 1.690 cc, refrigerado a ar, aliado ao câmbio de 6 marchas, com transmissão final por correia, gerando um despejo muito intenso de potência e torque, tendo torque máximo de 11,5 kgf.m a 2.750 RPM, deixando a moto extremamente bruta nas arrancadas e retomadas.

A Harley-Davidson, por padrão, não divulga a potência de seus motores, mas no caso do Twin Cam 103B a estimativa é em turno dos 120 cv.

O consumo de combustível variou bastante, ficando entre 9,5 e 13,7 km/l no uso urbano e entre 9,7 e 18,3 km/l na estrada, dependendo totalmente das condições de trânsito e, principalmente, da mão do piloto. Motociclistas com mão “pesada”, que puxem um pouco mais da performance do motorzão, vão sentir na hora de abastecer o tanque, com capacidade para 18,9 litros de gasolina. Um tanque que permite, inclusive, boa autonomia.

Um fator que notei foi que o motor precisa de uma rotação mais alta pra trabalhar redondo, mas quando solicitado, entrega toda sua potência e torque com grande brutalidade. Além de ter uma faixa de trabalho alongada, permitindo esticar bastante as marchas.

O manete de embreagem é duro e o pedal do câmbio pesado, péssimos para o dia a dia no trânsito, onde as trocas de marchas são mais frequentes, mas o engate das marchas é preciso, sem surpresas. Só o neutro que às vezes teima em não entrar, como tradicionalmente acontece em alguns modelos da Harley-Davidson.

O sistema de freios, trabalhando com disco simples na dianteira e outro grande disco simples na traseira, vindo de fábrica com ABS (antitravamento), é bastante eficiente e faz parar, com grande eficiência, essa pesada máquina, capaz de chegar perto dos 200 km/h.

A Breakout tem ciclística boa e, associada à ótima suspensão, se torna uma moto gostosa de guiar e relativamente leve, apesar dos seus 320 kg de peso, abastecida, mas, especialmente pelo seu entre-eixos longo, exige muita atenção e ação do piloto, principalmente em curvas mais fechadas. O motociclista tem que ter muito cuidado em manobras de baixa velocidade, pois mesmo se tratando de uma moto com centro de gravidade bem posicionado, bem perto do chão, se inclinar demais em baixa velocidade, ou sem tração, pode ser difícil de trazer de volta.

O conjunto de suspensão é firme, não duro, trabalhando com curso pequeno na traseira, atuando com precisão, modelando bem as imperfeições do piso, permitindo grande estabilidade e firmeza nas curvas. Cheguei a fazer muitas curvas em velocidades mais elevadas e o conjunto passa grande segurança, além de tolerar boa inclinação, dentro do que se espera de uma moto desse estilo.

A moto é baixa, com apenas 12 cm do chão, obrigando a ter bastante cautela na hora de passar nos quebra-molas. Em curvas, dependendo da tocada do motociclista, as pedaleiras podem raspar com alguma frequência.

O design é um capítulo à parte, com seu estilo puxando para o “chopper”, com garfo longo, entre-eixos extenso, filtro de ar esportivo bem evidenciado, muitos detalhes cromados, faróis de led e muito mais. A atenção aos detalhes merece ser destacada, com detalhes nas manoplas, retrovisores, pedaleiras, entre outras partes, acentuando o forte apelo visual do modelo.

O painel fixado no guidão é simples, mas funcional e de boa leitura. Traz o tradicional velocímetro analógico contendo pequeno display digital com hodômetros parciais e total, conta-giros com indicador de marcha, relógio e autonomia prevista.

Como já disse no início, a moto é surpreendentemente confortável para motociclistas com mais de 1,80 m, que encontram ótima ergonomia e posição de pilotagem, mas os baixinhos sofrem. O guidão reto, que é um dos principais diferenciais estéticos do modelo, acaba sendo o grande vilão para motociclistas que tenham braços curtos ou pouca estatura.

A garupa vai encontrar um banco pequeno e inclinado para trás, mas é macio e permite relativo conforto. Em trajetos mais longos a garupa com certeza vai te xingar.

A Harley-Davidson Softail Breakout definitivamente não tem proposta urbana, mas pode ser usada para tal, desde que o motociclista esteja ciente de que não vai ter muita agilidade, vai sofrer com o calor do motor nas pernas, vai ficar com a mão esquerda doendo por conta da embreagem dura e que às vezes vai ficar agarrado no corredor.

Em contrapartida vai ter uma moto simplesmente fantástica na estrada, fazendo bonito nos tradicionais “bate-volta” e eventos de moto, chegando com uma moto que transborda estilo, beleza e personalidade. Uma companhia e tanto para quem busca uma motocicleta impactante e praticamente exclusiva.

Para ver as opções de cores e preços desta linda máquina, vale acessar o site da Harley-Davidson e conferir as informações atualizadas sobre o modelo na versão mais recente.

Confira as fotos da Harley-Davidson Breakout:

Ficha técnica:

DIMENSÕES
Comprimento: 2.385 mm
Altura do Assento, Descarregada: 650 mm
Distância do Solo: 120 mm
Ângulo da Coluna de Direção (Graus): 35
Trail: 146 mm
Distância entre Eixos: 1.710 mm
Pneu Dianteiro (Especificação): 130/60B21 63H
Pneu Traseiro (Especificação): 240/40R18 79V
Capacidade de Combustível: 18,9 l
Capacidade de Óleo (com filtro): 3,3 l
Peso Seco: 310 kg
Peso em Ordem de Marcha: 320 kg

MOTORIZAÇÃO
Motor (1): Novo Motor Twin Cam 103B™ – High Output, Refrigerado a ar
Diâmetro do Pistão: 98,4 mm
Curso do Pistão: 111,1 mm
Cilindrada: 1.690 cm³
Relação de Compressão: 9,7:1
Sistema de Alimentação de Combustível: Injeção Eletrônica de Combustível por Porta Sequencial (ESPFI)

TRANSMISSÃO
Transmissão Primária: Corrente, relação 34/46
Relação de Transmissão – 1a marcha: 9,311
Relação de Transmissão – 2a marcha: 6,454
Relação de Transmissão – 3a marcha: 4,793
Relação de Transmissão – 4a marcha: 3,882
Relação de Transmissão – 5a marcha: 3,307
Relação de Transmissão – 6a marcha: 2,79

CHASSIS
Escapamento: Cromado, escapamento estilo “Staggered” escalonado com silenciadores duplos em Vivid Black
Roda Dianteira (Estilo): Preta com detalhes em cinza, 10 raios de liga de alumínio, estilo Gasser
Roda Traseira (Estilo): Preta com detalhes em cinza, 10 raios de liga de alumínio, estilo Gasser
Freios (Tipo de Cáliper): 4 pistões na dianteira e 2 pistões na traseira

PERFORMANCE
Torque do Motor – Método de Teste: EEC/95/1
Torque do Motor (2): 11,5 kgf.m
Torque do Motor (rpm): 2.750
Ângulo de Inclinação, Dir. (Graus): 23,4
Ângulo de Inclinação, Esq. (Graus): 23,4

ELÉTRICA
Luzes Indicadoras: Farol alto, ponto neutro, baixa pressão de óleo, luzes indicadoras de direção, diagnóstico do motor, alerta de baixo nível de combustível, sistema de segurança e 6ª marcha
Painel de Instrumentos: Velocímetro eletrônico montado sobre a mesa superior do garfo com hodômetro total, relógio, hodômetro parcial duplo, contador de autonomia, indicador de baixa pressão de óleo, indicador de ABS e luzes indicadoras de LED

(1) Recomenda-se combustível com octanagem 91 ou superior.
(2) Os valores mostrados são nominais. O desempenho pode variar de acordo com o país e a região.

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