Medo, eu?!? Que nada, piloto muito!
Qual motociclista nunca ouviu alguém perguntá-lo se não tem medo? E é uma questão que muitas vezes fica sem resposta, é respondida de forma vaga ou com um sonoro “não”. No meu ponto de vista o medo é um componente necessário ao motociclista, pois é ele que nos limita, mantém a racionalidade e impede de fazer besteiras.
Principalmente quem pilota esportivamente, tende a ser tomado pela adrenalina e perder a noção do perigo, aí o que era pra ser um belo passeio, pura diversão, acaba com outro desfecho.
Na prática a motocicleta é um veículo extremante seguro e, ao contrário do que todos pensam, principalmente em curvas, onde a área de contato dos pneus é maior com o solo, gerando ainda mais aderência. Quem a torna “perigosa” são seus condutores, muitas vezes inexperientes, imprudentes ou ambos.
É compreensível que a tendência natural é de ser tomado por uma grande sensação de relaxamento, de prazer, pois quem pilota uma moto sabe a sensação de liberdade que isso provoca, mas o excesso de confiança é uma arma perigosa.
Recomendo sempre aos meus amigos e companheiros de viagens que vejam o medo como aliado e que o conservem, mas de forma controlada.
Quem conduz uma moto, seja a lazer, a trabalho, por esporte ou qualquer outra forma, deve manter-se constantemente focado e com plena atenção no que está fazendo. Um mínimo deslize, um segundo de perda de atenção ao trânsito ou ao que vem à frente, pode gerar um grande transtorno. Cada segundo é importante, cada segundo é vital.
Concluindo: no motociclismo o excesso de confiança pode ser perigoso. Gera zona de conforto, um luxo que não podemos ter. Tenha medo. Controle-o, mas tenha. Permaneça com foco, atenção, suavidade e prudência na sua pilotagem, e chegue ao seu destino com divertimento e em segurança.