A eterna guerra entre a linha com cerol e os motociclistas
Começo essa matéria com um breve desabafo, pois no domingo, dia dos pais, voltando de Guapimirim para o Rio, depois de um almoço em família, no meio da Rodovia CRT (Concessionária Rio Teresópolis), eu e minha noiva tomamos um grande susto, quando fui atingido por uma linha de pipa. Felizmente apenas rasgou meu casaco de couro e cortou meu braço direito, nada demais aconteceu. Imediatamente pensei sobre o que poderia ter acontecido se essa linha estivesse uns 30 cm acima. Será que eu estaria aqui agora escrevendo esse texto, ou seria mais um a inflar as estatísticas de acidentes graves com linhas de cerol?
Nessa interminável guerra entre os “soltadores” de pipas e os motociclistas, onde esses últimos perdem feio, infelizmente, há duas coisas principais que me causam uma revolta tremenda: primeiro a irresponsabilidade e inconsequência das pessoas que soltam pipa na beira de estradas, ainda mais usando cerol na linha, e em segundo lugar a passividade e também irresponsabilidade dos nossos governantes.
Sinceramente acho que quem usa linha de cerol, assim como quem solta pipa em locais de alto risco, deveria ser enquadrado e preso, da mesma forma que quem porta arma branca, o que na minha opinião não deixa de ser. Já venho prestando atenção nisso há muito tempo, mas hoje, por motivos óbvios, acabei observado mais e é fato de que a grande maioria do público que solta pipa, está longe de ser o de crianças. Sendo assim estamos falando de adultos e jovens, todos com plena consciência do que estão fazendo. Será que não pensam que a qualquer momento podem matar alguém com seu lazer irresponsável?
E nossos governantes? Será que vai ser necessário morrer alguém de suas famílias para que prestem real atenção e deem a devida importância ao caso? É triste, mas muitos deles, isso se não for a maioria, infelizmente só trabalha em causa própria. Não vejo qualquer sinal de movimentação, nenhuma campanha oficial organizada pelo governo, prefeitura, ou qualquer desses políticos passivos e inúteis.
Enquanto nenhuma solução efetiva aparece, o máximo que posso fazer é sugerir aos companheiros de duas rodas que tomem o devido cuidado. Existem diversos recursos como por exemplo a tradicional antena “corta-pipa”, ou o protetor de pescoço, com cabos de aço. É melhor nos cuidarmos por nós mesmo, pois se formos depender de responsabilidade e competência alheia, estamos fritos.
Existe a campanha não-oficial nacional chamada “Cerol Não”, vamos ajudá-la a crescer e torcer para que comece a dar resultado. Acesse o site www.cerol.com.br para maiores detalhes.