Kawasaki Ninja ZX-10R
Quando se fala em motos esportivas é praticamente impossível não citar a linha Ninja, da japonesa Kawasaki, que na sua história mais recente tem a ZX-10R como uma das principais representantes, o que pode ser visto nas pistas de corrida, nos campeonatos que disputa onde acumula muitas vitórias e títulos pelo mundo, e que tive o prazer de comprovar nos mais de 20 dias e milhares de quilômetros pilotando e avaliando cada detalhe dessa bela máquina.
O modelo testado foi o 2014, que foi totalmente reformulado traz várias inovações em relação ao modelo anterior, com destaque para o quadro, suspensão, controle de tração em três níveis e controle de potência também em três níveis de ajuste.
Com seu design extremamente agressivo e imponente, transbordando esportividade e tecnologia, já mostra logo visualmente que não está de brincadeira e que de fato é uma moto diferenciada, com aerodinâmica muito bem elaborada, além de trazer um painel elegante, dinâmico e de fácil leitura, faltando apenas marcador de combustível, ausente como em boa parte das superesportivas.
Como um dos atributos principais vem o motor, um quatro cilindros em linha de 998 cc com comportamento extremamente elástico. Você consegue, por exemplo, ir de 40 a 300 km/h apenas em sexta marcha. A aceleração é suave, totalmente sob o controle do piloto, com bastante progressividade, dando um verdadeiro coice a partir dos 9.300 RPM. A máquina gera potência de 200,1 cv e torque máximo de 11,4 kgf.m a 11.500 RPM, mas chega a render potência máxima de 209 cv graças ao sistema “RAM Air”, que dá um segundo coice a partir dos 12.700 RPM, proporcionando uma performance invejável.
Para parar esse desempenho todo a fera conta com ótimo sistema de freios, com disco duplo na dianteira e simples na traseira, além de versão com ABS, garantindo segurança extra em frenagens mais bruscas.
Mesmo com toda sua potência o consumo é bom, chegando a fazer média de 11,84 km/l na estrada, com uma tocada mais forte, e 14,3 km/l em velocidade cruzeiro, enquanto que no uso urbano rendeu uma média de 12,09 km/l, tendo boa autonomia com sua capacidade de 17 litros de gasolina no tanque.
Por falar em uso urbano, ela se comportou bem nesse ambiente, pois mesmo esterçando pouco, ainda esterça muito mais do que a grande maioria das superesportivas, o que dá uma manobrabilidade muito boa para o uso na cidade, mas no trânsito intenso prepare-se, pois suas pernas, principalmente a direita, vão sofrer um bocado com o calor do motor.
Os retrovisores permitem muitos ajustes e são bem posicionados, facilitando na passagem em corredores, pois passam por baixo da grande maioria dos retrovisores dos carros e a facilidade de não ter como errar a passagem da primeira para o neutro com a moto parada é uma das sutilezas que engrandece ainda mais a qualidade da ZX-10R e acaba facilitando no uso urbano.
A posição de pilotagem está dentro do que se espera de uma superesportiva, com boa ergonomia e conforto na medida do possível, mas pilotos mais altos, com mais de 1,80 m de altura, tendem a sofrer um pouco, pela estrutura compacta da moto que deixa pouco espaço para quem tem excesso de pernas e envergadura. Para pilotos de estatura normal, a moto veste como uma luva.
Apoiada pelo refinado conjunto de suspensão a ZX-10R tem excelente ciclística, permitindo ao piloto grande domínio e segurança na hora de contornar as curvas, levando os ângulos de inclinação ao um nível extremo, mas os pneus originais são muito rígidos e nota-se claramente que limitam o seu desempenho nas curvas.
Definitivamente a Kawasaki Ninja ZX-10R é uma máquina capaz de proporcionar momentos incríveis a quem a pilota, com desempenho brutal e extrema segurança, possibilitando ao piloto explorar ao máximo todos os seus limites de forma precisa, fazendo um autódromo se tornar um verdadeiro parque de diversões.
Ficha técnica:
Motor: 4 tempos, 4 cilindros em linha, refrigeração líquida
Cilindrada: 998 cc
Diâmetro x curso: 76,0 x 55,0 mm
Taxa de compressão: 13,0:1
Sistema de válvulas: DOHC, 16 válvulas
Potência máxima: 147,1 kW (200,1 CV) / 13.000 rpm
Potência máxima com RAM Air: 154,4 kW (209,9 CV) / 13.000 rpm
Torque máximo 112 N•m (11,4 kgf•m) / 11.500 rpm
Sistema de combustível: Injeção eletrônica
Sistema de ignição: Bateria e bobina (ignição transistorizada)
Sistema de partida: Elétrica
Sistema de lubrificação: Lubrificação forçada (cárter úmido com óleo refrigerado)
Transmissão: 6 velocidades
Sistema de acionamento: Corrente de transmissão
Relação de redução primária: 1,681 (79/47)
Relação da 1ª marcha: 2,600 (39/15)
Relação da 2ª marcha: 2,053 (39/19)
Relação da 3ª marcha: 1,737 (33/19)
Relação da 4ª marcha: 1,571 (33/21)
Relação da 5ª marcha: 1,444 (26/18)
Relação da 6ª marcha: 1,348 (31/23)
Relação de redução final: 2,294 (39/17)
Sistema de embreagem: Multidisco, em banho de óleo
Tipo de quadro: Viga dupla em alumínio fundido
Inclinação / Trail: 25º / 107 mm
Suspensão dianteira: Garfo invertido de 43 mm com compressão, retorno e pré-carga da mola totalmente ajustáveis
amortecedores eletrônicos Öhlins
Suspensão traseira: Back-link horizontal com amortecedor a gás, compressão, retorno e pré-carga da mola totalmente ajustáveis
Curso da suspensão dianteira: 120 mm
Curso da suspensão traseira: 140 mm
Pneu dianteiro: 120/70ZR17M/C (58W)
Pneu traseiro: 190/55ZR17M/C (75W)
Freio dianteiro: Disco duplo de 310 mm em formato margarida, pinça dupla de fixação radial com 4 pistões opostos de alumínio
Freio traseiro: Disco simples de 220 mm em formato margarida, pinça com pistão simples de alumínio
Ângulo de direção (esq. / dir.): 27º / 27º
Dimensões C x L x A: 2.075 mm x 715 mm x 1.115 mm
Distância entre eixos: 1.425 mm
Distância do solo: 135 mm
Altura do assento: 813 mm
Capacidade do tanque: 17 litros
Peso em ordem de marcha: 198 kg / 201 kg (ABS)
Cores: Lime Green, Pearl Flat Crystal White
Assista à matéria de avaliação no programa Duas Rodas News: