A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo revisou suas projeções para este ano. A nova expectativa é que a produção atinja 1.100.000 unidades, elevação de 6,1% ante o resultado de 2018 (1.036.846 motocicletas). A estimativa anterior, apresentada em dezembro do ano passado, era de 1.080.000 unidades, alta de 4,2% ante 2018.

Também foram revisadas para cima as perspectivas de vendas no atacado e no varejo. No atacado, ou seja, no repasse de motocicletas das fábricas para as concessionárias, a nova estimativa é de 1.060.000 unidades, elevação de 10,7% ante 2018 (957.617 unidades). A estimativa inicial indicava 1.031.000, alta de 7,7%.

No varejo, ou seja, emplacamentos, a nova projeção é de 1.020.000 unidades, crescimento de 8,5% ante 2018 (940.108 motocicletas). Anteriormente a perspectiva era de 998.000 unidades, aumento de 6,2%.

A associação também revisou as projeções de exportação para 2019, que agora apontam embarque de 40 mil unidades, baixa de 41,2% ante 2018 (68.073 motocicletas). Em dezembro a estimativa era de 49 mil unidades, queda de 28%.

Na avaliação de Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, “a retomada do setor de motocicletas no mercado interno no primeiro trimestre superou as expectativas. A estabilidade das taxas de juros no menor patamar histórico e a ampliação da oferta de crédito pelos bancos têm contribuído para a recuperação mais acelerada do setor. Já em relação às exportações, o recuo está diretamente relacionado à redução dos embarques para a Argentina, principal destino das motocicletas fabricadas no Polo industrial de Manaus”.

PRODUÇÃO NO PRIMEIRO TRIMESTRE

No acumulado dos três primeiros meses do ano foram produzidas no Brasil 276.835 motocicletas, alta de 6,6% ante igual período de 2018 (259.587 unidades).

Em março foram produzidas 91.537 motocicletas, queda de 3,3% na comparação com março de 2018 (94.649 unidades) e de 9,6% ante fevereiro (101.292 unidades). “Tivemos 19 dias úteis em março, dois a menos que no mesmo mês do ano passado e um a menos que fevereiro”, explica Fermanian. 

VENDAS NO ATACADO

De janeiro a março deste ano as vendas no atacado somaram 270.641 motocicletas, alta de 15,7% ante mesmo período de 2018 (234.010).

Apenas em março o repasse de motocicletas para as concessionárias foi de 93.559 unidades, aumento de 7,2% ante março de 2018 (87.243 unidades). Na comparação com fevereiro foi registrada queda de 2% (95.427 unidades).

EMPLACAMENTOS

De acordo com levantamento do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), foram emplacadas 258.652 motocicletas no primeiro trimestre deste ano, alta de 17,9% ante mesmo período de 2018 (219.304 motocicletas).

Ainda com base nos dados do Renavam, em março foram licenciadas 83.798 motocicletas, elevação de 5,6% ante março de 2018

(79.320 unidades). Na comparação com fevereiro foi registrada queda de 0,4% (84.150 motocicletas).

Em março a média diária de vendas foi de 4.410 unidades, crescimento de 16,8% ante março do ano passado (3.777 unidades) e de 4,8% ante fevereiro (4.208 motocicletas). “É o melhor resultado alcançado pelo setor para o mês de março desde 2015. O aumento na média diária comprova a retomada do setor”, analisa Fermanian. 

EXPORTAÇÕES

No primeiro trimestre foram exportadas 11.382 motocicletas, recuo de 51,2% ante mesmo período de 2018 (23.320 unidades). Em março o volume embarcado foi de 3.525 unidades, redução de 54,5% na comparação com o mesmo mês de 2018 (7.747 motocicletas). Em relação a fevereiro, houve aumento de 7,2% (3.287 unidades). 

Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o principal comprador de motocicletas brasileiras no primeiro trimestre, com 3.832 unidades, 37,7% do total. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos, com 2.224 unidades e 21,9% de participação, e em terceiro o Canadá, 1.488 unidades e 14,7% de participação.

Em março a Argentina manteve a liderança com 2.660 motocicletas compradas do Brasil, com 53,2% do total, seguida pelo Canadá, com 988 unidades e 19,7% de participação, e pelos Estados Unidos, com 608 unidades e 12,2% de participação.

DESEMPENHO POR CATEGORIA NO ATACADO

A Street liderou o ranking de motocicletas mais comercializadas por categoria no País no primeiro trimestre de 2019, com 51,8% de participação (140.256 unidades, alta de 17,2% ante 119.723 no primeiro trimestre de 2018). Em segundo lugar ficou a Trail, com 19,4% (52.459 motocicletas, crescimento de 1,7% ante 51.599 no mesmo período do ano passado). A Motoneta ficou na terceira colocação com 15% (40.616 unidades, elevação de 23,3% ante 32.948 de janeiro a março do ano passado).

Na sequência do ranking vieram Scooter, com 7,5% de participação (20.232 motocicletas, crescimento de 31,5% ante 15.386 do primeiro trimestre de 2018), e Naked, com 2,4% de participação (6.574 unidades, avanço de 16,5% ante 5.642 no mesmo período do ano passado).

Em março as posições do ranking se mantiveram: Street em primeiro com 48,8% de participação (45.688 motocicletas), seguida por Trail com 19% (17.736), Motoneta com 15,5% (14.462), Scooter com 10,5% (9.822) e Naked com 2,3% (2.114).

As características básicas das motocicletas de cada categoria são:

Street – Motocicleta de baixa ou média cilindrada destinada ao uso urbano.

Trail – Motocicleta de baixa ou média cilindrada destinada ao uso misto, tanto em vias pavimentadas quanto em terreno não pavimentado.

Motoneta – motociclo underbone, destinado ao uso urbano, de baixa cilindrada e dotado de câmbio automático ou semiautomático.

Scooter – Motociclo de câmbio automático ou semiautomático, concebido para privilegiar o conforto.

Naked – Motocicleta sem carenagem, com motor propositalmente exposto e de alto desempenho, concebida para a utilização em terrenos pavimentados. Semelhante a uma motocicleta versão “Sport” sem a carenagem.

Big Trail – Motocicleta de média ou alta cilindrada destinada ao uso misto em terrenos pavimentados e não pavimentados.

Off-Road – Motocicleta de qualquer cilindrada destinada exclusivamente à utilização em pisos não pavimentados.

Custom – Motocicleta caracterizada por sua vocação para percursos de estrada, destacadamente os mais longos, chamadas de “estradeiras”, que não priorizam velocidade e, sim, conforto.

Sport – Motocicletas de cilindradas médias ou superiores com carenagem que privilegia a aerodinâmica e o alto desempenho.

Ciclomotor – Veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a 50 cm³.

Touring – Motocicletas usualmente de alta cilindrada concebidas para utilização em turismo e viagens de grandes distâncias.

DESEMPENHO DE SCOOTERS NO VAREJO

Os emplacamentos de Scooters no primeiro trimestre somaram 18.730 unidades, alta de 7,3% na comparação com o mesmo período do ano passado (17.451 unidades).

Em março foram licenciadas 5.990 Scooters, queda de 4,4% ante 6.264 unidades em março de 2018. Na comparação com fevereiro, baixa de 1,6% (6.085 unidades).

TABELA DE PROJEÇÕES REVISADAS

 2018(A)2019 PROJEÇÃO
ANTERIOR
(B)
2019PROJEÇÃO
REVISADA
(C)
VARIAÇÃO(A/B)%VARIAÇÃO(A/C)%VARIAÇÃO
(B/C)
Volume
Produção1.036.8461.080.0001.100.0004,2%6,1%+20.000
Exportação68.07349.00040.000-28%-41,2%-9.000
Atacado957.6171.031.0001.060.0007,7%10,7%+29.000
Varejo940.108998.0001.020.0006,2%8,5%+22.000

FONTE: Associadas / Renavam

Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas

Com 43 anos de história e contando com 14 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – representa, no País, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as oito maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição dos principais produtores mundiais. No total as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram mais de 12 mil empregos diretos.

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